terça-feira, 16 de junho de 2009

O Lugar Dissonante





Formas em movimento movidas por gestos soltos no ar, sons estranhos que pareciam ser tocados com as mãos, vozes em uma sala escura vindas de telefones públicos, celulares colados em molduras à espera de um outro que o compreendesse... Do que se trata essa parafernália toda? É uma exposição de Arte e Tecnologia, sendo aberta justamente no dia da aula inaugural do curso.

De acordo com os organizadores, a mostra, intitulada de O Lugar Dissonante, se propõe a "repensar a existência do homem a partir de manifestações distintas do universo high-tech, como interatividade, simultaneidade e erro".

À porta das salas que abrigavam os trabalhos, já dava pra sentir a aflição das pessoas tentando entender o que se passava em cada ambiente: “Como é que isso funciona?”, pareciam pensar. Como a priori todos já tinham ouvido falar em obras interativas, as pessoas imediatamente substituíam a contemplação pela exploração, e tentavam descobrir uma maneira de fazer com que “aquelas coisas” reagissem. E aí, diante de enormes projeções de imagens, os visitantes pareciam realizar algum tipo de arte marcial chinesa, e se moviam num balé descombinado, o que motivava os menos dançarinos a também tentar fazer alguma coisa pela arte, tecnológica.

Mesmo com o conceito da obra exposto num enorme texto na entrada, em algumas salas as orientações eram bem-vindas, afinal não dá pra adivinhar tudo, e nem tudo na prática é tão belo e perfeito quanto o que é apresentado na teoria.

Mas as surpresas que alguns trabalhos proporcionavam ao interagir com eles valiam as tentativas frustradas, já que a experiência de cada um dos visitantes trazia um resultado diferente, que podia até ser parecido, mas nunca exatamente igual. E aí as pessoas experimentavam fazer aquilo que mais a agradavam, quando se punham diante das obras.

Mapeado, observado, captado por equipamentos, o público de uma exposição de arte tecnológica tem sua relação com o espaço e sua forma de apreciar a obra sensivelmente modificados.

Diante de novos recursos tecnológicos e do uso de conexões entre eles, novas formas de sensibilidade estética estão emergindo, alcançando a superfície, a pele, os olhos e os ouvidos.

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