domingo, 21 de junho de 2009

Formas da evolução

Muita calma nessa hora: nem é arte evolutiva, nem evolução da arte, pelo que entendi, o que se pretende mostrar na exposição “Darwin endless forms”. Na chamada da página inicial do Museu Fitzwilliam, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, está definida assim: “A ciência encontra a arte numa exposição que explora a fascinante relação entre as teorias revolucionárias de Charles Darwin e a arte do século XIX.”

O criador da Teoria da Evolução viveu entre 1809 e 1882, portanto a ligação que se busca é no mínimo pertinente, em virtude do grande impacto de seu trabalho na ciência e fora dela. Para os organizadores, a produção artística do período demonstra que essa influência variou da ansiedade ao entusiasmo diante das implicações da ciência natural. Por outro lado, também se tenta resgatar a arte que teria influenciado o cientista na concepção de suas idéias.

Abaixo a matéria da Reuters traduzida pelo Estado de São Paulo e publicada na última sexta-feira. Em seguida, alguns exemplos da mostra: Heade, Gosse, Monet e Degas. E no final do post, os links do museu britânico e da exposição.

Exposição mostra o efeito evolutivo de Darwin sobre a arte

PAUL CASCIATO – REUTERS

CAMBRIDGE - O que Thomas Maltus, uma escultura de Degas e a complexa dança de acasalamento de um faisão da Malásia têm em comum? A resposta é Charles Darwin, de acordo com uma exposição que acaba de ser inaugurada no Museu Fitzwilliam, na Universidade de Cambridge, onde belas-artes, os desenhos de naturalistas, livros contemporâneos de Darwin e animais empalhados traçam um retrato do mundo do século 19, que moldou e foi moldado pelas teorias de Darwin sobre a evolução.

"Formas Sem Fim, Charles Darwin, Ciência Natural e as Artes Visuais" é o título da exposição que foi aberta na terça-feira no Fitzwilliam, mas que vem sendo preparada há cinco anos, contou à Reuters a curadora Jane Munro. "O que fazer com um tema tão amplo quanto Darwin e a arte é algo que exige um pouco de reflexão", disse Munro, enquanto visitantes passeavam entre pinturas relacionadas de Tissot, Cézanne e um estante repleta de beija-flores coletados por um contemporâneo de Darwin e expostos na Grande Exposição de 1851 em Londres.

Os quase 200 objetos expostos são divididos em sete partes: O Olho de Darwin, A História da Terra, A Luta pela Existência, Parentes Animais, A Ascendência da Humanidade, Darwin, Beleza e Seleção Sexual e Darwin e Os Impressionistas. A narrativa salta do conceito direto das influências visuais que pinturas, desenhos e os desenhos botânicos detalhados do mentor de Darwin na Universidade Cambridge, John Stevens Henslow, teriam exercido sobre Darwin, para os efeitos que as teorias dele teriam tido posteriormente sobre cartunistas, cartões postais e artistas como Cézanne, Monet e Degas.

Munro disse que os visitantes à exposição - que inclui a escultura "Pequena Dançarina, 14 Anos de Idade", de Edgar Degas, peças raras normalmente escondidas do olhar público e várias outras obras famosas cedidas por museus de diversas partes do mundo precisam manter a mente aberta para acompanhar a narrativa, às vezes complexa. "Se vierem com a mente aberta, podem sentir-se enriquecidos", disse a curadora.

A exposição relaciona com habilidade as obras do próprio Darwin - "A Origem das Espécies", "A Ascendência da Humanidade" e "A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais" - a alguns dos objetos incomuns expostos, como um vídeo de uma dança de acasalamento do faisão Grande Argus da Malásia e uma pintura de 1864-5 de John William Inchbold comparando a cabeça de uma menina com a plumagem da ave-do-paraíso.








Museu: http://www.fitzmuseum.cam.ac.uk/

Mostra: http://www.darwinendlessforms.org/


2 comentários:

  1. Caro Fábio, tomei a liberdade de publicar texto seu e divulgar o seu blog em www.oteoremadafeira.blogspot.com

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  2. O blog não é meu, Lívio, há uma turma de colaboradores. Mas tenho certeza que todos nós agradecemos a sua iniciativa, e a oportunidade de aparecer no seu blog.
    Obrigado, grande abraço!

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