quarta-feira, 8 de julho de 2009

A arte científica de Cantoni

Ontem foi um dia especial para os que foram à Semana de Videoarte, no Derby. A professora Rejane Cantoni fez uma palestra e apresentou trabalhos e projetos que deixaram a pequena platéia inquieta e maravilhada. Nem o debatedor, Luiz Guilherme Vergara, conteve o deslumbramento, e se derramou em elogios à "artista pesquisadora", como ele a chamou.

Seus experimentos incluem uma mistura bem dosada de ciência e investigação artística. A curiosidade é o elemento comum e a chave de obras que despertam a atenção do público e cativam pelo caráter quase filosófico das abordagens. Pra mim, o que ela faz é filosofia, um tipo de "metafísica concreta", se permitem.

O curioso é que sua trajetória parte da realidade virtual e hoje se aproxima de uma pesquisa sobre o corpo e a presença do interator em um ambiente físico que se transforma e, assim fazendo, afeta a percepção consciente. Questionada se tinha "enchido o saco" dos ambientes virtuais - ela que foi pioneira no trabalho com caves no Brasil - Rejane disse que, com o tempo, observou que o virtual não deve estar separado do real, e sim, que eles se complementam. Na minha opinião, isso dá por superada a polêmica sobre o "simulacro" e a guerra infecunda a respeito da supremacia da virtualidade sobre a realidade ou vice-versa.

O endereço do site de Rejane Cantoni está aí do lado. Como gravei toda a palestra (2 horas), depois coloco mais alguma coisa do que ela e Vergara disseram.

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